Ser Tenista Número 1 do Mundo/Can Any Tennis Player be World Number 1?*

Será Que Qualquer Tenista Pode Ser Número 1 do Mundo?

Se Você Acha Que Sim, Então Não Perca Tempo Lendo Esse Artigo!

Olá tenista!

Muito se comenta sobre análises, planos, estratégias, academias milagrosas, treinadores mágicos que produzem tenistas de elevado nível profissional.

Como os valores envolvidos nas premiações do tênis profissional são estratosféricos para os atletas de elite, muitos pais, encantados com a possibilidade de ficarem milionários, investem pesado na carreira de seus filhos desde a tenra idade.

A impressão que se tem é que qualquer mortal comum pode se candidatar a ser número 1 do mundo na prática profissional do tênis.

Ledo engano!
E isso vale para qualquer atividade esportiva.

Existe uma variável ainda incontrolável que é a genética.
Digo ainda, pois na velocidade que as tecnologias avançam e com o advento do computador quântico, talvez nos próximos cem anos possamos interferir a fundo no controle genético do ser humano.

Estima-se que o homem moderno, o Homo Sapiens, tenha cerca de 300.000 anos, portanto, cem anos nada representam nesse contexto.
Essa nova estimativa da idade do Homo Sapiens foi publicada pela prestigiosa revista "Nature" no ano de 2017.

Enquanto o controle genético não ocorre, existe uma maneira de se avaliar a capacidade genética no que tange as fibras musculares esqueléticas de cada atleta, antes de se investir pesadamente na sua carreira.
Ao longo do artigo, os leitores do TenniScience vão melhor compreender a importância da genética na atividade esportiva.

Primeiramente, vamos tecer algumas considerações básicas sobre nossas fibras musculares, para desespero e desencanto dos aloprados pais de futuros tenistas.

À luz da ciência de hoje, a cadeira de Fisiologia nomeia nossas fibras musculares esqueléticas em três categorias:

  • Tipo I - Fibras vermelhas
  • Tipo IIa - Fibras vermelhas ou rosadas
  • Tipo IIb ou Tipo IIx - Fibras brancas
O Autor não vai se aprofundar sobre detalhes físico-químicos das mencionadas fibras, pois isso mereceria inúmeros artigos sobre a questão.

Para quem desejar se aperfeiçoar na matéria recomendo o livro do Professor Doutor Valdir José Barbanti, intitulado "Treinamento Esportivo - As capacidades motoras dos esportistas" da Editora Manole.
Na minha modesta opinião, deveria ser leitura obrigatória de todo o atleta que queira se diferenciar dos mortais comuns.

Sobre as fibras musculares, considero necessário comentar que tais fibras só operam em ações de contração, em outras palavras, somente contraem as musculaturas ou estão em repouso.

Feitos os comentários iniciais, vamos para a definição de cada fibra muscular:



Fonte:https://www.efdeportes.com/efd167/adaptacoes-moleculares-das-fibras-musculares.htm

Para quem pratica tênis, o ideal seria ter suas fibras musculares esqueléticas Tipo IIb em função das características que o esporte exige.
Rápida movimentação e elevado esforço em um curto espaço de tempo.
Esse assunto já foi abordado na postagem "O que representam cinco horas em um jogo de tênis".

A tabela abaixo, na primeira linha, apresenta as velocidades de contração das Fibras Tipo I e Tipo II:


Table 2.2. Characteristics of muscle fibers
Characteristics
Fast-twitch fibers Slow-twitch fibers
Time to maximal contraction (ms) 50–80 100–200
Frequency to reach tetanic contraction (Hz/s) 60 16
Myoglobin and mitochondria density Low High
Dominant pathway of ATP synthesis Anaerobic Aerobic
Glycogencontent High Low
Myosin-ATPase activity High Low
Capillarization Low High
Fatigue resistance Poor High
Size of motor neuron Big Small
Threshold High Low
Force-generating capacity High Low

Fonte: https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/fast-muscle-fiber

Fast-twitch fibers e Slow-twitch fibers significam tempos em ms(milissegundos) de contração muscular de fibras rápidas e lentas respectivamente.


Ora, se um atleta nasceu com uma contração muscular de 50 ms, como é que alguém que nasceu com uma contração muscular de 100 ou 200 ms vai competir com o primeiro?

Simplesmente não há menor chance, pois estamos falando do dobro ou do quádruplo tempo de contração muscular entre os dois atletas, mesmo que os dois tenham a mesma capacidade técnica e mental.

Na atividade esportiva do tênis, o que comanda o espetáculo é a rapidez que os atletas se movimentam e também a velocidade que o golpe é produzido.
Como Força = Massa x Aceleração, não há como desprezar a variável velocidade dividida pelo tempo, que resulta em aceleração.

Logo, o atleta que nasceu com uma genética favorável, com uma densidade maior de fibras Tipo IIb, sem a menor dúvida terá uma enorme vantagem contra um adversário que contém uma alta densidade de Fibras Tipo I.

Como podemos avaliar ou mensurar os tempos de contração muscular de um atleta?
  • Biópsia - análise do tecido muscular esquelético através de agulhas ou aspiração.
  • Eletromiografia - análise do tecido muscular esquelético através de eletrodos ou agulhas que analisam os sinais elétricos que os músculos liberam.
  • Dermatoglifia - análise do tecido muscular esquelético através do estudo das impressões digitais.
Esse último caso, não é bem a situação de um indivíduo convidado a visitar uma Delegacia de Polícia e ter suas impressões digitais analisadas.
O Autor espera que os leitores do blog não tenham passado por esse dissabor.

O Autor considera fundamental comentar que um atleta que nasce com uma genética caracterizada por predominância de fibras musculares de rápida contração é raríssimo e é por isso que apenas três jogadores dominam há décadas o tênis profissional mundial: Nadal, Djokovic e Federer.
No caso do atletismo, tivemos Usain Bolt dominando os 100 e 200 m no atletismo por inúmeros anos.

É claro que além das fibras musculares Tipo IIb, o atleta vencedor e de elite, também deve possuir qualidades intangíveis tais como elevada força mental, garra, entusiasmo, sentir-se um vencedor, superar lesões com rapidez, aceitar viajar constantemente, viver em hotéis, adaptar-se rapidamente a diferentes fusos horários e quadras e inúmeras outras propriedades.

A matéria em pauta mereceria uma infinidade de informações adicionais, mas o Autor acredita que o conceito fundamental foi absorvido pelos leitores do blog.

Quando alguém lhe afirmar que tem um filho que será número 1 do mundo em qualquer esporte, pergunte, você tem um "tempinho"?

Um forte abraço
Franco Morais
www.tenniscience.com.br


Can Any Tennis Player Be World Number 1?*

If you think so, then don't waste time reading this article!


Hello tennis player!

Much is said about analyzes, plans, strategies, miraculous academies, magic coaches that produce tennis players of high professional level.

As the values ​​involved in professional tennis awards are stratospheric for elite athletes, many parents, delighted with the possibility of becoming millionaires, invest heavily in their children's careers from an early age.

The impression is that any ordinary mortal can apply to be number 1 in the world in professional tennis practice.

Huge mistake!

And that goes for any sporting activity.

There is a still uncontrollable variable that is genetics.

I still say, because in the speed that the technologies advance and with the advent of the quantum computer, maybe in the next hundred years we can interfere deeply in the genetic control of the human being.

It is estimated that modern man, Homo Sapiens, is about 300,000 years old, therefore, a hundred years represent nothing in this context.

This new estimate of the age of Homo Sapiens was published by the prestigious magazine "Nature" in the year 2017.

While genetic control does not take place, there is a way to assess the genetic capacity regarding the skeletal muscle fibers of each athlete, before investing heavily in his career.

Throughout the article, TenniScience readers will better understand the importance of genetics in sports.

First, let's make some basic considerations about our muscle fibers, to the despair and disenchantment of the crazy parents of future tennis players.

In the light of today's science, the Physiology field names our skeletal muscle fibers in three categories:


  • Type I - Red fibers
  • Type IIa - Red or pink fibers
  • Type IIb or Type IIx - White fibers

The Author will not delve into the physical-chemical details of the mentioned fibers, as this would deserve numerous articles on the issue.

For those who want to improve in the matter, I recommend the book written in portuguese by Professor Doctor Valdir José Barbanti, entitled "Treinamento Esportivo - As capacidades motoras dos esportistas" da Editora Manole.

In my humble opinion, it should be a must-read for any athlete who wants to differentiate themselves from ordinary mortals.

Regarding muscle fibers, I consider necessary to comment that such fibers only operate in contraction actions, in other words, they only contract the muscles or are at rest.

Having made the initial comments, let's go to the definition of each muscle fiber:



Source:https://www.efdeportes.com/efd167/adaptacoes-moleculares-das-fibras-musculares.htm

For those who practice tennis, the ideal would be to have the Type IIb skeletal muscle fibers according to the characteristics that the sport requires.

Fast movement and high effort in a short time.

This subject has already been covered in the post "What does five hours represent in a tennis game".

The table below, in the first row, shows the contraction speeds of Type I and Type II fibers:

Table 2.2. Characteristics of muscle fibers
Characteristics
Fast-twitch fibersSlow-twitch fibers
Time to maximal contraction (ms)50–80100–200
Frequency to reach tetanic contraction (Hz/s)6016
Myoglobin and mitochondria densityLowHigh
Dominant pathway of ATP synthesisAnaerobicAerobic
GlycogencontentHighLow
Myosin-ATPase activityHighLow
CapillarizationLowHigh
Fatigue resistancePoorHigh
Size of motor neuronBigSmall
ThresholdHighLow
Force-generating capacityHighLow

Now, if an athlete was born with a muscle contraction of 50 ms, how someone who was born with a muscle contraction of 100 or 200 ms will compete with the first?

There is simply no chance, because we are talking about double or quadruple time of muscle contraction between the two athletes, even if both have the same technical and mental capacity.

In tennis sporting activity, what controls the show is the speed at which the athletes move and also the speed at which the stroke is produced.

As Force = Mass x Acceleration, there is no way to neglect the variable speed divided by time, which results in acceleration.

Therefore, the athlete who was born with a favorable genetics, with a higher density of Type IIb fibers, will undoubtedly have a huge advantage against an opponent that contains a high density of Type I fibers.

How can we assess or measure an athlete's muscle contraction times?
  • Biopsy - analysis of skeletal muscle tissue using needles or aspiration.
  • Electromyography -  analysis of skeletal muscle tissue using electrodes or needles that analyze the electrical signals that the muscles release.
  • Dermatoglyphics - analysis of skeletal muscle tissue through the study of fingerprints.
The latter case is not quite the situation of an individual invited to visit a police station and have his fingerprints analyzed.

The Author hopes that the blog readers have not gone through this dissatisfaction.

The Author considers essential to comment that an athlete who is born with a genetics characterized by a predominance of fast-twitch muscle fibers is extremely rare and that is why only three players have dominated the world professional tennis for decades: Nadal, Djokovic and Federer.

In the case of athletics, we had Usain Bolt dominating the 100 and 200 m in athletics for countless years.

Of course, in addition to Type IIb muscle fibers, the winning and elite athlete must also have intangible qualities such as high mental strength, determination, enthusiasm, feeling like a winner, overcoming injuries quickly, accepting to travel constantly, living in hotels , adapt quickly to different time zones and courts and countless other properties.


The article in question would deserve a multitude of additional information, but the Author believes that the fundamental concept was absorbed by the blog readers.

When someone tells you he has a child who will be number 1 in the world in any sport, ask, can we talk a little bit?

Best regards
Franco Morais
www.tenniscience.com.br